segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Linguagem do Sono

São todos crianças quando dormem.
Não há guerra neles.
Abrem as mãos e respiram no ritmo lento que o céu deu aos Humanos.

Quer soldados, estadistas, empregados ou patrões, enrugam os lábios como criancinhas e todos abrem as palmas das mãos. Estrelas postam-se em vigília e o arco do céu se torna enevoado por algumas horas, quando ninguém causa dano a ninguém.


Ah, se pudéssemos conversar uns com os outros neste instante, quando os corações são flores semi-abertas. As palavras abririam caminho como abelhas douradas.

- Deus, ensina-me a linguagem do sono.

Rolf Jacobsen
Poeta, Noruega
do livro Orações para mil anos

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